segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Papa tudo

Vocês lembram do Papa Tudo, um tipo de tese-sena da TV Globo?


Pois é, este acabou... Mas há outro papa tudo por aí.
É a Espanha.



A Fúria (como é conhecida a torcida espanhola) não para de comemorar.



O Barcelona é o atual campeão do Mundial Interclubes.



O time tem o melhor jogador do mundo: Messi.



A seleção espanhola conquistou a Copa do Mundo da África do Sul.



E até no futebol de salão eles roubaram a hegemonia brasileira vencendo o Grand Prix, disputado em terras tupiniquins.



Nas corridas não fazem por menos. Alberto Contador venceu o Tour de France, principal prova ciclística mundial.



No mundial de motovelocidade, o número 99, Jorge Lorenzo ficou com o título de 2010.



E pelo jeito que a coisa anda, o de Fórmula 1 também corre o grande risco de ir parar nas terras do rei Juan Carlos.



Mas de todos esses, o que mais admiro é Rafael Nadal. Um furacão que abalou as quadras de tênis do mundo inteiro e que não perde sua força. Pelo contrário: em 2010 ganhou 3 dos quatro torneios que formam o Grand Slam (Roland Garros, Wimbledon e US Open).



É poor essas e por outras que o Observatório da Imprensa, programa do qual sou diretor, vai aproveitar a ida à Espanha para falar da mídia esportiva espanhola e os reflexos desta onda vitoriosa sobre ela. Em dezembro, pela TV Brasil. Quando chegar mais perto eu aviso.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Valha-me Deus


Sem comentários

Nem tudo é verdade

Geralmente não abro e-mails do tipo: "Vejam esta foto" / "Repassem, por favor" / "Importante! Não deixe de ver".
Parto do princípio de que se fosse realmente importante, não seria necessário um título em tom de manchete sensacionalista.
E duas experiências recentes só me fizeram ainda mais cético em relação a este tipo de mensagens.
Minha amiga Lúcia Duarte (consultora preferida para temas ambientais) enviou uma mensagem intitulada "Predadores do presente". Eram fotos de pessoas retirando ovos de tartaruga de uma praia.
Sacos de ovos.
O texto dizia que se tratavam de moradores de um assentamento do MST, na margem esquerda do Rio Solimões, no Amazonas, que pegavam os ovos para venderem.
Fiquei impressionado com as fotos e cheguei mesmo a pensar em postá-las aqui.






Por sorte, algum tempo depois, Lúcia enviou um outro e-mail com uma errata do primeiro, que aqui reproduzo:

Prezados,

Acabei de saber que a mensagem que enviei há pouco sobre as supostas tartarugas do Solimões é um hoax. Na verdade trata-se de uma coleta controlada, na Costa Rica.
Desculpem a desinformação.

Lúcia Duarte

Mas o pior estava por vir. Neste mesmo dia recebi uma mensagem de outra amiga com a foto de uma criança supostamente desaparecida há poucos dias, pedindo que o e-mail fosse repassado ao máximo de pessoas, na tentaiva de alguém ter alguma notícia.

 
 Para reproduzir a foto aqui, borrei intencionalmente a cara da menina, porque, na verdade, trata-se de uma brincadeira de péssimo gosto. Como tenho uma filha, fiquei tocado com o drama e repassei a mensagem para diversos amigos. Não tive a preocupação de checar a informação ( pecado jornalístico grave). Mas a boa repórter Nathaly Ducoulombier fez isso e descobriu a verdade.
A grande sacanagem da história é usar a foto de uma menina e expô-la desta forma. Além do mais dão um número de telefone de uma pessoa que não aguenta mais atender a tantas ligações.
É triste constatar, mas é impressionante a maldade de certas pessoas.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Falar menos e pensar mais

Recebi um e-mail defendendo a administração de FHC e minimizando o governo Lula.
Acho justo qualquer tipo de manifestação democrática e, além disso, a discussão sempre é sadia.
A única coisa que me incomodou no texto foi o fato de chamar o programa Bolsa família de "Bolsa Miséria".
Longe de mim fazer qualquer patrulhamento ideológico, mas quando se simplifica as coisas dessa maneira, a pessoa acaba reproduzindo raciocínios preconceituosos e temos que tomar cuidado com isso.
Qualquer um pode ser contra a política assistencialista do Governo, mas tratar o Bolsa Família como Bolsa Miséria é um erro.
Será que quem escreveu este texto realmente sabe o que é miséria? Não falo da pobreza das favelas dos grandes centros urnaos, mas sim de miséria mesmo...
Será que essa pessoa  realmente acha que alguém decide ter mais filhos só pra receber o benefício?
Será que ela já pensou que em situações de penúria total (e não são poucas no Brasil), onde os políticos locais nada fazem pela população, onde as condições climáticas são desfavoráveis, onde não há terra para trabalhar, esses caraminguás são o pouco que há para que pessoas não morram de fome?

Fui pesquisar sobre o benefício no site do Ministério do Desenvolvimento Social, que diz o seguinte:
"O Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda com condicionalidades, que beneficia famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza. O Programa integra a Fome Zero que tem como objetivo assegurar o direito humano à alimentação adequada, promovendo a segurança alimentar e nutricional e contribuindo para a conquista da cidadania pela população mais vulnerável à fome.

O Bolsa Família atende mais de 12 milhões de famílias em todo território nacional. A depender da renda familiar por pessoa (limitada a R$ 140), do número e da idade dos filhos, o valor do benefício recebido pela família pode variar entre R$ 22 a R$ 200. Diversos estudos apontam para a contribuição do Programa na redução das desigualdades sociais e da pobreza. O 4° Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio aponta queda da pobreza extrema de 12% em 2003 para 4,8% em 2008."

É claro que quem passava fome e por conta do Bolsa Família passou a ter uma vida menos miserável vai votar a favor do governo. Barriga vota. Mas pergunto eu: se você estivesse nessa situação, faria diferente?

Não digo que esta seja a solução, porém no lugar de críticas pré-definidas, prefiro novas ideias. Ao invés de sentar em um barzinho, de frente pro mar e vociferar sobre o uso eleitoreiro do programa, ou sobre o assistencialismo do Governo, prefiro ideias de como combater a miséria no nosso país, pois ela é real.


quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Samba de uma nota só

O Brasil vai muito bem, obrigado.

São poucos os problemas que ainda precisam ser resolvidos. E ainda assim, nada que mereça muito destaque.

Bom, é isso que deve pensar um estrangeiro que assistiu ao primeiro debate do segundo turno das eleições presidenciais.

                              

Acusações ao invés de propostas. Provocações sutis e outras nem tanto. Perguntas sem resposta..
O tema mais debatido acabou sendo a questão da liberação do aborto.
Ora, façam-me o favor....
O tema é polêmico? É. Mas daí a ser o principal ponto de discussão entre os dois postulantes ao comando do País nos próximos 4 anos vai uma grande distância.

O PSDB jogou a isca no final do primeiro turno e o PT, tal qual um lambai faminto, atacou a isca e se enganchou. Deixou de ganhar de uma vez e agora tenta se livrar do anzol, mas o pescador não pretende desistir e quer o peixe frito.

Tal pendenga se estende porque a mídia resolveu atribuir a não vitória de Dilma no primeiro turno a uma suposta declaração dela de que seria a favor da descriminalização do aborto. Com isso a propaganda eleitoral do candidato de oposição se dedicou a insistir no assunto, muitas vezes de forma dissimulada. No programa do dia 12, dia das crianças, havia uma profusão de bebês no programa tucano, além de diversas alusões à valorização da vida, do nascimento, do renascimento...

                                               

Na internet o jogo é mais pesado, em diversos sites e blogs a candidata do PT é achincalhada.






















                                

                                        


Um tom raivoso que me assusta. É como se a insatisfação com o governo que há 8 anos está à frente do nosso país fosse justificativa para ataques pessoais com fortíssimo conteúdo preconceituoso e discriminatório. A utilização de tabus como o aborto me lembra aquela célebre acusação de que comunistas comiam criancinhas.

                                

Também não há como não lembrar da disputa entre Serra e Lula, em qu a regina duarte apareceu dizendo estar com medo do bicho-papão do PT.

                                                 

O tom religioso da campanha reflete o duelo entre a Igreja Católica e a Evangélica. Não por acaso, na foto da primeira página do Globo, do dia 14, Dilma aparece ao lado do Bispo Marcelo Crivella e de uma manchete em que promete não enviar qualquer projeto sobre questões religiosas ao Congresso.

                                       

É triste ver uma campanha presidencial virar um samba de uma nota só.
O que um candidato à presidência pensa ou deixa de pensar sobre o aborto não me importa. Nem tampouco se ele é judeu, católico, evangélico ou muçulmano. Se é negro, branco ou oriental. Se é homem ou se é mulher.


Em vários países, como Portugal, para buscar um exemplo bem próximo de nós, decidiu este delicado tema através de um plebiscito. E nesses casos, o presidente, tenha ele que opinião tiver, tem que acatar a decisão popular.











Se isso acontecesse por aqui, seria ótimo. Pois só depois de um debate que mostrasse de forma abrangente os prós e os contras, as pessoas poderiam opinar.



 


 




















Eleição se vence com propostas, com o convencimento do eleitor de que determinado candidato pode dar uma vida mais digna a todos os brasileiros, principalmente para aqueles que mais sofrem. E quando se trata desta ótica, o que não falta é coisa para melhorar.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Uma dica simples e útil

As garrafas PET são muito práticas, sem dúvida nenhuma. Mais leves e inquebráveis, tomaram o lugar dos vasilhames de vidro.
As garrafas de pet também foram se tornando cada vez maior. Quando eu era pequeno, existia a Coca-Cola família, que não tinha nem um litro. Depois as quantidades foram subindo: 1 litro, 1,25, 1,5, 2, 2,5. No México cheguei a ver garrafas com 3,5 litros. Do jeito que vamos, esta foto abaixo logo se torna realidade.

Só que este tipo de embalagem é uma praga ambiental. Se as latinhas batem recordes de reciclagem no país, o mesmo não acontece com os PET.

O Brasil produz anualmente cerca de 3 bilhões de garrafas PET, um produto 100% reciclável, mas o volume de reciclagem atualmente beira os 50%. Isso significa na prática que pelo menos 1 bilhão e meio de garrafas de plástico não-biodegradável são descartadas no meio ambiente por ano, o que significa algumas centenas de anos para absorção na natureza.


Mas, nas ecobarreiras, elas podem ajudar também a evitar a poluição.





A saída, portanto, é o reaproveitamento deste material. Há muitos anos várias iniciativas vêm surgindo. Primeiro foram vassouras...



Depois vieram os móveis. Mas hoje em dia há projetos até de construção de casas com PET.













No vestuário, o fio produzido com a reciclagem das garrafas pode virar camisetas ou cuecas.




Muita gente também usa as garrafas como material para artesanato, com resultados algumas vezes questionáveis, é verdade...







Mas hoje recebi um e-mail com uma utilização das garrafas que não conhecia. Veja nas fotos abaixo.

As tampinhas são ótimas para vedar sacos de mantimentos, mas podem ser usadas também para lacrar sacos de lixo. Só não se esqueça de colocar o que restou da garrafa para reciclar.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Filhos...

Hoje, dia 12 de outubro, li no Facebook um comentário de meu amigo André Sztajn sobre seu primeiro dia das crianças sem os filhos. O menino está no sul e a menina no exterior: ”Não comprei presentes, não levei ninguém no parquinho, não enfrentei fila de restaurante. Os únicos que não devem ter gostado são os avós. Será?”

Este ponto de interrogação me levou a pensar na minha vida antes e depois de milha filha e o “Poema enjoadinho” do poetinha Vinícius de Morais me tomou de assalto.



“Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem shampoo
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!”

Quando casei, não o fiz como uma etapa obrigatória pré-procriação. Muito pelo contrário, por muitas vezes pensei se valeria a pena ter um filho. Se a felicidade ao lado de minha mulher já não me bastava. Mas, como se movidos fôssemos pelo instinto de preservação da espécie ou pelas palavras do Criador (Crescei e multiplicai-vos!), a ideia de um filho foi se tornando natural e quando se concretizou trouxe a mim uma grande alegria.

Só que nove meses depois, o desembarque de uma criança no mundo real traz consigo uma carga de responsabilidade para a qual você não está preparado nem intelectualmente e muito menos psicologicamente. Uma ducha de realidade. Lembro que ao acionar a chave do carro no estacionamento da maternidade São Vicente, com minha mulher e minha filha no banco de trás, pensei comigo: “E, agora?”.

De lá pra cá foram horas, dias, meses, anos de muito aprendizado e de muita felicidade também. A ligação transcende à simples relação social de pais e filhos. Desenvolve-se um amor profundo por aquele ser.
Como fazer para criar um filho? Dezenas...centenas de livros já foram escritos para tentar explicar esta tarefa tão complicada que todos os pais, de uma forma ou de outra, conseguem desempenhar. Talvez seja instinto mesmo. Não há manual de instruções e mesmo que houvesse, ele jamais seria aplicável a todas as crianças.

Amar e educar. São esses os pilares com que eu e minha mulher tentamos criar nossa filha. Conversar, ouvir, jogar aberto, confiar, demonstrar afeto, brincar juntos, sonhar juntos... São incontáveis os verbos que poderia listar aqui, mas todos têm como base o verbo amar.


Minha filha diz que não é mais criança (é uma adolescente ou, pelo menos, uma pré-adolescente), mas é claro que o presente do dia das crianças ainda é muito bem vindo. Neste dia 12, logo depois de acordar se aconchegou do meu lado, retribuindo de forma espontânea todo amor que lhe damos. E isso me faz muito, mas muito bem.

Por isso ao ler o comentário do bom André, resolvi escrever estas linhas. Se não tinha ideia do que seria minha vida com uma filha, não tenho a menor noção de como será viver distante dela. É o ciclo da vida, como diz com propriedade meu amigo. Mas, enquanto essa fase não chega, quero mais é estar pertinho dela, curtindo quantos dias da criança ainda puder.