segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Criticar sim, mas com critério

Em quase todas as Copas do Mundo e Jogos Olímpicos, a mídia sempre alardeia que as obras não vão ficar prontas a tempo, porém sempre ficam.
A notícia é a senha que os organizadores têm para forçar os governantes a liberarem concorrências, e aceitarem aquelas "taxas de urgência", quando se paga mais para a aceleração de um processo.


Os jornais da semana passada aproveitaram a efeméride dos mil dias para o início da Copa e fizeram uma série de reportagens sobre o pequeno avanço da obra dos estádios.
Lembro, no entanto, que na década de 40, o Maracanã levou menos de dois anos para ser construído.




Será que seis décadas depois este prazo não será suficiente, mesmo com todos os avanços da engenharia atual???
Há tempo de sobra para que os estádios sejaem erguidos.

É preciso cobrar sim, mas com critério, para que não sejamos usados como marionetes por aqueles que lucram com o desespero.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A realidade que imita a ficção

Muito se falou sobre os dez anos do atentado de 11 de setembro. E, embora tenha sido um dos momentos mais marcantes de minha vida (e, acredito que na de muitas outras pessoas), não pretendo fazer, aqui, elocubrações sobre o caso. Este post é, na verdade, para registrar uma coincidência um tanto macabra que me veio à lembrança ao ver as fotos das pessoas cobertas de poeira depois do desabamento das torres do World Trade Center.




Tais imagens me lembraram muito o trecho final do filme "Volcano", quando um memininho se dá conta que, após a erupção de um vulcão na Califórnia, todas as pessoas estavam iguais, cobertas de cinzas.





Poderia mesmo, tal cena ser inspirada no que aconteceu em Nova York, não tivesse, o filme, sido lançado em 1997, quatro anos antes do ataque terrorista às torres gêmeas.
Nesse caso, a realidade imitou a ficção.



As fotos aqui postadas foram tiradas pela  russa Gulnara Samoilova.


Ela trabalhava até tarde no arquivo de fotos da Associated Press e, por isso mesmo, normalmente dormia até tarde. Mas naquele dia o som das sirenes a acordou.
Ligou a TV a tempo de ver a imagem do segundo avião se chocando contra uma das torres.
O apartamento Samoilova ficava a apenas a quatro quadras do World Trade Center.
Ela pegou sua câmera e um punhado de filmes e foi para a rua.
Ao chegar ao local, ela decidiu entrar na torre sul, mas como tudo estava muito caótico, recuou.
De repente alguém gritou: "Corram!" Era a Torre sul que começava a ruir.
De a cordo com a fotógrafa "era como um mini-terremoto". Antes que a nuvem provocada pelo desabamento a envolvesse, mergulhou atrás de um carro e se agachou. Como "um vento forte", a tempestade de destroços sacudiu o carro, e enche seuss olhos, boca, nariz e orelhas de poeira.
"Estava muito escuro e silencioso. Achei que seria enterrada viva".
Passado o impacto, ela trocou o filme e a lente e saiu fotografando.
É justamente este o momento das fotos acima, quando pessoas atônitas e totalmente cobertas de poeira tentam deixar o local.
Uma experiência, para sempre inesquecível, registrada para a eternidade.
 

Uma questão de vontade política

No Rio de Janeiro, o serviço de moto-táxis é oferecido em diversos bairros e comunidades, mas por servir a uma parcela da população com menor poder de pressão política, é totalmente desregulado. Não há qualquer tipo de fiscalização quanto à qualidade e à segurança do serviço.
Não que seja algo difícil de ser feito. Vejam o exemplo de Caruaru. Lá os pontos de moto-táxi estão espalhados por toda cidade, mas devidadamente sinalizados e oficializados.



As motos e os capacetes tem que ter aquelas faixas que refletem a luz, no escuro. Motorista e carona são obrigados a usar capacete e o motorista tem que usar um colete com a identificação impressa nas costas.


É fácil regular. Difícil é ter vontade política.

Outros Brasis

Trinta anos depois de minha primeira visita à Feira de Caruaru, lá voltei no início de setembro. A feira, como a cidade, mudou muito dos anos 80 para cá. A parte de artesanato agora fica em lojinhas, bem como a parte de confecções, um dos pontos fortes do comércio local.
Mas, se embrenhando por dentro da feira, você descobre que aquilo lá é muito mais do que os bonecos inspirados na arte de Mestre Vitalino.




Conforme fui me embrenhando pelas vielas, um outro Brasil foi se descortinando. Um Brasil distante daquele dos grandes centros. Um Brasil que não aparece na mídia, a não ser de forma caricata em novelas. Um Brasil mais pobre e nem por isso menos rioco, em tradições, em costumes, em diversidade.



Um Brasil que descobri quando pela primeira vez fui ao Nordeste no já longínquo ano de 1981. Um Brasil que fervilhou nas minhas veias, afinal parte do meu sangue é nordestino.




Na parte de alimentos, se vende de tudo. E ai daquele que pensa que por se tratar do interior do Nordeste, não há fartura. Saborosos abacaxis, perfumadas mangas... O pavilhão de carnes é enorme e os grãos estão por toda parte.
Se comercializa de tudo, de utensílios de cozinha a bicicletas, de produtos usados a brinquedos, de gaiolas a dvds piratas.






Fiquei feliz em constatar que apesar de Caruaru, hoje, tentar ser uma cidade grande, lhe resta uma parte em que o agreste ainda fala mais alto.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Saliência criativa

Fui a Caruruaru, recentemente, pra ver a família e rever a cidade. Na estrada passei por um outdoor que me chamou a atenção. Nel, havia uma enorme foto de uma banana ainda verde.


Só ao chegar perto, porém, percebi que se tratava de um anúncio de um motel da cidade. O texto anunciava uma promoção do Motel Lemon e embaixo da fruta havia a seguinte frase: "APROVEITE ENQUANTO DURA".

Achei extremamente criativa a propaganda. Engraçada e não ofensiva.
Infelizmente não passei por nenhum outro out-door para foografar. Fui catar na internet, e também não achei. No entanto encontrei outros do mesmo motel. Todos muito bons.






É a saliência, aliada ao bom humor.