domingo, 1 de agosto de 2010

Pé em Deus e fé na tábua

Tem horas que eu acho que esse blog é saudosista demais. Deve ser a idade...rs
Assisto Fórmula 1 desde os tempos de Emerson Fitipaldi, quando ele usava ainda aquelas costeletas gigantescas.

Já fui um telespectador bem mais constante. Domingo sim, domingo não, acordava com o "Bom dia amigos da Rede Globo", de Galvão Bueno. Já acompanhei, portanto, boa parte da história desse esporte (esporte????). Já vi muita gente boa na pista. Um de meus ídolos foi Gilles Villeneuve, um canadense que transformava a mais modorrenta corrida em um evento inesquecível. Como quando disputou boa parte de uma prova com apenas três pneus.



Depois vieram os tempos gloriosos de Piquet e Senna. Mas não eram apenas eles; você tinha grandes pilotos e, consequentemente grandes corridas.


Sempre fui "piquetista", embora reconheça o talentode Senna e sua obstinação na busca das vitórias. Talvez fosse justamente este o motivo de eu gostar mais de Nelson Piquet. Não curto obsessivos, nem para o bem, e muito menos para o mal. Eram tempos em que o "braço" falava mais alto. É lógico que, dependendo da temporada, esta ou aquela escuderia se sobressaía, mas havia, de sobra, uma coisa que hoje quase não existe mais: ultrapassagens.

Já perdi as contas de quantas corridas, nos últimos anos, que foram decididads no pit-stop. Fala sério! Ficar duas horas na frente da TV para torcer pro mecânico errar uma troca de pneus é dose. O Luciano Burti (ótima aquisição, aliás) tenta justificar, explicando que os carros hoje dependem mais da mecânica do que dos pilotos e que o equilíbrio é muito grande. O pessoal da Globo tenta valorizar, mas quem já viu o que eu vi, não engole tamanha forçação de barra. Este ano até que está melhorzinho, mesmo assim...

No GP da Hungria, só um momento valeu a manhã na frente da TV, a ultrapassagem de Rubinho Barrichello sobre Michael Schumacher. Era uma mera disputa por um pontinho do décimo lugar, mas para os pilotos que iam dentro dos cockpits da Williams e da Mercedes havia algo muito maior em jogo. Desde os tempos da Ferrari, quando Rubinho tinha que se sujeitar a ser o segundo piloto e abrir caminho para o alemão, que os dois não se toleram. Com direito a provocações de ambas as partes.

Hoje, se houvesse mais um metro de muro na frente dos boxes, teria acontecido um acidente de sérias proporções. Tudo porque o alemão tentou, de todas as formas, evitar que o brasileiro o ultrapassasse.

Uma manobra suja, digna de Dick Vigarista, pernagem da antológica série de desenhos Corrida Maluca (Wacky Races).

Depois da corrida, Rubinho disse que Schumacher tentou mandá-lo para o céu mais cedo, só que ele não pretendia ir pra lá primeiro que o alemão. A frase já virou até camiseta no site http://www.formulatoons.com/

A camiseta diz:"Eu não quero ir pro céu antes de Schumi" e nas letras pequenas complementa "Isso se o Schumacher realmente for pro céu".

Tá certo que vender caro uma ultrapassagem ou mesmo tirar alguém de uma corrida não é coisa nova. Nos campeonatos de 89 e de 90, a pista de Suzuka, no Japão, viu Prost garantir o título batendo em Senna e vice-versa, respectivamente. Porém em nenhum dos dois acidentes houve risco de acidente grave como na prova desse primeiro de agosto.












A fechada em Rubinho rendeu uma punição para o alemão. A perda de 10 posições no próximo grid. Mas não tenho dúvidas de que na primeira curva que eles dividirem, vai sair faísca.

Outro que é chegado, também, a manobras não muito desportivas é o tal de Fernando Alonso. Ótimo piloto e muito sorridadente quando tudo lhe convém, porém se alguem cruza seu caminho, a coisa muda. Aliás, desde o começo da carreira, Alonso sempre me lembrou muito o Schumi, até no jeito de comemorar as vitórias no pódio. A vítima da vez é o Massa. Primeiro foi uma ultrapassagem na entrada dos boxes.




Depois, no GP da Alemanha forçou uma barra para que ordenassem que seu companheiro o deixasse passar.




É claro que Felipe Massa ganha muito bem para obedecer ordens e muito desses protestos da semana seguinte cheiram a jogo de cena. A FIA vira para a Ferrari e diz: "Ai, ai, ai. Que feio! Não faça mais isso". A escuderia promete se comportar, Felipe se faz de vítima, Alonso se faz de morto e nada muda.

Aliás, o mesmo site lá de cima também fez uma "homenagem" a este episódio, brincando com a expressão de Fernando Alonso, que disse que era ridículo Massa lutar pela posição. Na camisa, o cavalinho rampante da Ferrari assume: "Eu sou ridículo".



Sei não... Se eu fosse o Felipe Massa aproveitava para passar este mês de descanso na Bahia e tomava umas aulas de capoeira, porque eu acho que ainda vem muita rasteira do espanhol por aí.

4 comentários:

  1. Saudosismo TEM nada a ver com idade. Só com sensibilidde e felicidade. E histórias bem vividas.
    Aguardo vc me seguir no Blog da Eliane.
    Semana boa para todos!

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  2. Adorei os retratinhos dos botafoguenses em um Blog tricolor mas super democrático. Quer dizer, às vêzes! ksksskksksks
    Ontem fui na Travessa e o 21 está bem lá na frente!

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  3. Já vi que além do amor à Estrela Solitária, nos une outro ídolo - Nelson Piquet Sotto-Mayor. Pra mim, foi o maior de todos, nunca jogou carro em cima de ninguém, e foi tricampeão com carros inferiores aos concorrentes. Quando essa ridicularia de mandar sair da frente entrou na moda, fiquei pensando se algum chefe de equipe teria coragem de dizer pro Piquet sair da frente. A resposta viria daquele jeito que a gente sabe...
    Abs,
    Cesar Oliveira

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