sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Sabores exquisitos

Uma das palavras mais curiosas quando se aprende o espanhol é "exquisito". Pela similaridade com o nosso termo "esquisito", é curioso imaginar que uma coisa "exquisita" não seja estranha, e sim saborosa, como pode significar uma de suas traduções.
O fato é que em Madri não faltam coisas "exquisitas" para saborearmos. A cidade é uma festa de sabores, alguns bem diferenciados dos que por aqui temos.
Logo na frente do Hostal Biarritz, hotelzinho simpático e honesto que sempre me abrigou em minhas idas e vindas madrilenhas, há o Museo del Jamón, um local que sempre me fascinou, com aquelas centenas de pernas de porco penduradas.




O jamón é uma instituição espanhola e seu sabor justifica a fama. É claro que existem vários tipos e de variados preços. O tal do Serrano é um dos mais caros. Mas o jamón popular já está de ótimo tamanho. Um sanduíche e uma "copa" de cerveja no Museo saem por apenas 2 euros. Um precinho e tanto para um rápido lanche.
Mas Madri é muito mais. E não é cara. Pode-se comer em um self-service, com grande buffet de saladas por menos de 10 euros.
Porém, me desculpem as rúculas e endívias, na capital espanhola há coisas muito mais saborosas a provar. E elas surgem a cada esquina. Na Feira do Rastro, um mercado das pulgas que funciona aos domingos, demos de cara com um tipo de lanchonete super-lotada ( sinônimo de que valia a pena). Chama-se El Capricho Extremeño, muito provavelmente de donos que vieram da região da Extremadura.



Lá são servidas torradas com os mais deliciosas coberturas salgadas, como polvo, champignons ou pimientos (pimentões assados).
Comi um pastel doce sem recheio, cuja massa folhada tinha um forte toque de limão.


Outro must gastronômico de Madri é a Casa Labra, que em 2010 completa 150 anos no mesmo local.





Ali, em 1879, por não terem um local para se reunir oficialmente, trabalhadores fundaram o Partido Socialista Obrero Español (PSOE), que durante os anos de retomada democrática do país esteve no poder, na figura de Felipe González.



Lá são servidas, no balcão, tajadas de bacalao (nacos de bacalhau empanados) e croquetas de bacalao (algo como o croquete do Alemão, só que de um saboroso bacalhau). Cerca de 1 euro cada.



Não pude deixar de visitar, também, a Chocolateria San Ginés, um pequeno estabelecimento escondido num beco trans versal à Calle Arenal, mas que desconhecido não tem nada.



Reza a lenda que lá são servidos o melhor chocolate quente e os melhores churros da cidade. Vive lotado, mas se você deixa pra ir no fim da noite tudo é bem mas calmo e confortável.




Mas a grande surpresa desta viagem foi conhecer o Mercado de San Miguel, um estrutura de ferro que estava abandonada e que foi totalmente restaurada para abrigar um mercado das mais diversas guloseimas. Além das bancas de frutas, legumes, peixes e frios, há uma série de pequenos boxes que oferecem "exquisitices" (termo inventado). Tem de tudo, para todos os gostos, como pode ver nas fotos abaixo.

 











No centro do mercado há grandes balcões onde pessoas do mundo inteiro se reúnem para degustar Madri. Peguei um cantinho de uma mesa onde estavam um espanhol, uma menina nórdica e um italiano que havia morado na Bahia. Viva o mundo globalizado. Pelo foco da foto dá pra ver que o espanhol já devia ter tomado "unas cervezas" a mais.

Optei por comer ostras de um box especializado nelas. Escolhi as maiores que havia (1,80 euros cada). Pedi 3 e as devorei junto com uma taça de vinho branco. Feliz  que nem pinto no lixo.



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