segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Evoé, Momo...

Sempre gostei de Carnaval. Quando moleque ia aos bailes, como as fotos abaixo não me deixam mentir.



Em Petrópolis saímos de Mascarados. A fantasia se resumia a uma fronha na cabeça, com uma cara desenhada e voz disfarçada, para ninguém saber quem éramos. E saíamos pelas ruas pedindo: "Dá um dinheirinho aí".
Os bailes no Itaipava Country Clube também ficaram marcados. Foi quando as paqueras de Carnaval já pintavam.
Mas o Carnaaval de rua é que sempre me atraiu, desde os tempos da Banda da Sá Ferreira, em Copacabana.
Passei a acompanhar os desfiles de Escolas de Samba e, um dia, meu coração, até então portelense, se deixou levar pela bateria de Mestre André.



Uma de suas paradinhas, em frente ao local onde estava, ainda nas arquibancadas tubulares da Marquês de Sapucaí, me fez virar casaca. Tornei-me Mocidade.
Apesar de ter desfilado já 3 vezes (Mocidade, Beija Flor e Salgueiro), como já disse, o Carnaval de rua é o que mais me seduz.
Daí eu amar tanto Olinda. Foram 4 carnavais por lá e seriam muitos outros se não tivesse me enveredado pelo jornalismo (sempre de plantão no Carnaval).
O frevo ferveu o que havia de sangue pernambucano em minhas veias e me arrastou pelas ladeiras da cidade querida. Não há forma de visitar o Recife e não dar uma fugidinha para uma tapioca no Alto da Sé.


A alegria das pessoas, a vontade de brincar Carnaval, de se fantasiar, de abusar da irreverência, tudo isso me fez um olindense emérito.

"Ao som dos clarins de momo
O povo aclama com todo andor
O elefante exaltando as suas tradições
E também seu esplendor
Olinda, este meu canto
Foi inspirado em teu louvor
entre confetes, serpentinas, venho te oferecer
Com alegria o meu amor
Olinda, quero cantar
A ti, esta canção
Teus coqueirais, o teu sol, o teu mar
Faz vibrar meu coração
De amor a sonhar, minha Olinda sem igual
Salve o teu carnaval"

(Hino do Elefante de Olinda)

A retomada dos blocos no Rio me aplacou, um pouco, esta saudade. E acho que apesar do gigantismo de alguns blocos, a gente está entrando no ritmo gostoso do Carnaval de rua de lá.
Ia muito ao Simpatia e já levava minha filha, bem pequena, comigo.



Depois, com o aumento desproporcional do bloco "amarelo e lilás" e com a coincidência da data do desfile com o Gigantes da Lira, bloco infantil de Laranjeiras, passamos a optar pela General Glicério ao invés da orla de Ipanema.
Hoje prefiro os blocos menores. O Imprensa que eu gamo, deste ano estava sensacional.



O samba, como sempre, atualíssimo com suas críticas jornalísticas, falava assim:

"Vem descobrir minha matéria
E me decifrar nas entrelinhas
Usa e abusa do Glossário
Cai no samba, coleguinha!
Curte, cutuca, me segue
Faz do meu bloco a sua rede social
Vem pro Mercadinho, amor
É carnaval!
E fez-se a luz - Refrão
E facebook
E fez-se a unha da mão e do pé
Quem manda agora é a mulher
Lá, no Egito
Tutankamon na ditadura
Aqui, eu já nem sei
A múmia tem bigode e não larga a rapadura
Tô atrás de um furo
Vazou a fonte, “Wikimancada”!
O Papa liberou a borrachada e como fica?
Se em Brasília só se toca Tiririca
Repique chamou, bateria vai rufar - Refrão
O mestre apitou,
O show vai começar -
Laranjeiras, é agora
Imprensa Que Eu Gamo chegou a nossa hora"

Mas o pessoal precisa se organizar. No último sábado, o Bloco da Ansiedade, também de Laranjeiras reuniu uma bela orquestra de metais para arrastar quem, como eu, gosta de frevo. O bloco até que começou bem, com dois cantores lembrando canções famosas e animando o pessoal. Só que assim que o desfile começou e o caminhão de som dobrou a esquina da Gago Coutinho, parei de ouvir os cantores. Quando fui ver, o carro de som havia sumido e só restava a orquestra. Desanimei e fui pra casa,
Mas a folia está só começando e outros blocos vêm por aí.
Olha o Carnaval aí gente.... Segura, cavaco!!!!!!!!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário