Hoje à tarde estive frente a frente
com cinco jovens.
Cinco jovens nascidos em uma cidade
desigual de um país mais desigual ainda.
A realidade vivida por cada um deles é
bem diferente da minha. Apesar da vizinhança, da proximidade
geográfica, pouco temos em comum.
Vivem em comunidades cariocas onde
sonhos são podados com frequência. Quase como se este ato cruel
estivesse fadado à inevitabilidade.
Vivem e, muitas vezes, sobrevivem entre
os fazem o mal e os que nada fazem pelo bem.
E, como eles, há centenas de milhares.
Mas os jovens que conheci hoje
subverteram essa lógica.
Se conheceram, alguns deles
virtualmente, e descobriram uma brecha nesse muro invisível, porém
palpável da exclusão e do preconceito.
Cinco jovens que, através da alegria,
foram muito além do que até mesmo os sonhos se atreviam a chegar.
O Passinho, coreografia antropofágica
nascida nas favelas, nas comunidades, nos guetos cariocas se espalhou
não só pela cidade, mas pelo país e não se cansa de surpreender
gente pelo mundo afora.
Uma dança que toma de assalto ouvidos
e conquista o cérebro que, rendido, manda seus impulsos
eletro-musicais para membros superiores e inferiores.
Impossível ficar indiferente.
O contágio imediato fez com que o
grupo Dream Team do Passinho, formado por Diogo Breguete, Pablinho,
Hiltinho, Rafael Mike e Lellêzinha em dois anos se transformasse num
enorme sucesso.
E se você, ao ler esse texto, se
inclinar àquele raciocínio do "não vi e não gostei",
sugiro rever seus conceitos. Os links abaixo são sua oportunidade.
Os cinco jovens me surpreenderam. Em
meia hora de entrevista para o programa Caminhos da Reportagem que
estamos preparando sobre a dança de rua no Brasil deram um baile. Um
baile de espontaneidade, de sinceridade, de consciência, de
carisma...
Fiquei fã e torço para que a gente
ainda ouça falar muito deles que, como disse o poeta e cineasta
francês Jean Cocteau, não sabendo que era impossível, foram lá e
fizeram .
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