quarta-feira, 15 de junho de 2016

PASSINHO À FRENTE, POR FAVOR

Hoje à tarde estive frente a frente com cinco jovens.
Cinco jovens nascidos em uma cidade desigual de um país mais desigual ainda.
A realidade vivida por cada um deles é bem diferente da minha. Apesar da vizinhança, da proximidade geográfica, pouco temos em comum.
Vivem em comunidades cariocas onde sonhos são podados com frequência. Quase como se este ato cruel estivesse fadado à inevitabilidade.
Vivem e, muitas vezes, sobrevivem entre os fazem o mal e os que nada fazem pelo bem.
E, como eles, há centenas de milhares.
Mas os jovens que conheci hoje subverteram essa lógica.
Se conheceram, alguns deles virtualmente, e descobriram uma brecha nesse muro invisível, porém palpável da exclusão e do preconceito.
Cinco jovens que, através da alegria, foram muito além do que até mesmo os sonhos se atreviam a chegar.
O Passinho, coreografia antropofágica nascida nas favelas, nas comunidades, nos guetos cariocas se espalhou não só pela cidade, mas pelo país e não se cansa de surpreender gente pelo mundo afora.
Uma dança que toma de assalto ouvidos e conquista o cérebro que, rendido, manda seus impulsos eletro-musicais para membros superiores e inferiores.
Impossível ficar indiferente.
O contágio imediato fez com que o grupo Dream Team do Passinho, formado por Diogo Breguete, Pablinho, Hiltinho, Rafael Mike e Lellêzinha em dois anos se transformasse num enorme sucesso.


E se você, ao ler esse texto, se inclinar àquele raciocínio do "não vi e não gostei", sugiro rever seus conceitos. Os links abaixo são sua oportunidade.


Os cinco jovens me surpreenderam. Em meia hora de entrevista para o programa Caminhos da Reportagem que estamos preparando sobre a dança de rua no Brasil deram um baile. Um baile de espontaneidade, de sinceridade, de consciência, de carisma...

Fiquei fã e torço para que a gente ainda ouça falar muito deles que, como disse o poeta e cineasta francês Jean Cocteau, não sabendo que era impossível, foram lá e fizeram .

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