Aprendi a gostar de futebol num tempo
em que, por aqui, ninguém falava de Eurocopa.
Só descobríamos como
eram as outras seleções durante as Copas do Mundo. Nos anos 80,
campeonato estrangeiro na TV, só o italiano. E mesmo assim um jogo
por semana, nas manhãs de domingo, no Show do Esporte da Band (TV
Bandeirantes, na época). Ídolos internacionais, nem pensar. Os
daqui bastavam. Aliás o campeonato italiano só começou a ser
televisionado porque alguns jogadores como Zico e Falcão passaram a
atuar por lá.
Campeonato inglês, nem pensar! Um
futebol chato de se ver nos mundiais. Muita correria e bolas
levantadas na área em profusão.
O campeonato alemão, então não tinha
qualquer tradição no cenário mundial.
Mas o futebol virou negócio, evoluiu
como espetáculo e ligas que souberam vislumbrar essa mudança
passaram a despontar no cenário mundial.Hoje até Campeonato Chinês
passa por aqui.
Ingleses e alemães são o melhor
exemplo.
Um moleque, como eu era, apaixonado
pela bola, hoje sabe muito melhor as escalações de Bayerns,
Chelseas e Saint Germains da vida do que as de nossos combalidos
times daqui.
Se ainda há alguma ligação com
camisas locais é muito mais por conta de uma herança familiar do
que por qualquer outra coisa.
E não os culpo. Como comparar um
clássico do Campeonato Brasileiro a um Barça x Real da vida. Como
não preferir uma Champions League?
Falta talento, falta criatividade,
falta ousadia. Reflexo fidedigno da incompetência de nossos
dirigentes esportivos (para não falar de desonestidade).
Os 7x1 ainda vão ecoar durante muito
tempo e, pelo menos até agora, parece que a vergonha não foi
suficiente para levantar a poeira necessária.
Cerca de um ano antes da Copa assisti a
uma entrevista de Jurgen Klinsmann, hoje treinador dos EUA, na ESPN,
falando sobre todo o trabalho desenvolvido pelos alemães para
desenvolver a Bundesliga e valorizar seu selecionado.
Não é mágica. É trabalho.
Falta dinheiro? Falta.
Uma liga precisa de grandes
investidores? Precisa.
Mas quem investiria aqui com o caos que
impera em nossos gramados?
Enquanto ninguém faz nada, o jeito é
estourar um saco de pipoca no microondas e ficar torcendo pelos
outros.
Bola murcha total!
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