quarta-feira, 20 de julho de 2016

#somosuerj


Eu lembro do dia em que passei para a Uerj. Estava na Região dos Lagos e foi difícil encontrar uma banca que tivesse a edição especial do Jornal dos Sports com os números do aprovados.
A felicidade de ter passado no vestibular, no entanto, tinha uma ponta de decepção. Queria fazer publicidade e na Uerj só havia Relações Públicas. 
Cheguei, mesmo, a ir ao colégio para ver como era a história de reclassificação e coisa e tal.
Como eu poderia imaginar, naquele dia, o quanto que esse monstrengo de concreto seria importante na minha vida?
Costumo dizer que um visgo me prende à Uerj. De 1981 até 2016, só não estive ligado à Universidade de 85 a 87 e de 89 a 95.
Foi lá, no décimo andar que me formei em RP, fui presidente do CACOS, organizei muitas vinholadas, fiz amizades eternas, aprendi, cresci.
Também integrei a primeira turma de Jornalismo, habilitação implantada depois de muita luta de professores e alunos.
Até o mestrado fiz por lá.
Desde 1996 sou professor da FCS.
E que modo mais ingrato de celebrar esses 20 anos. Duas décadas em que tanta coisa mudou, na Universidade, nos alunos e em mim...
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro não merece as agressões diárias que sofre.
Não só nós que lá estamos, mas todos aqueles que por lá já passaram, com toda certeza, sentem uma pontada no peito, um nó na garganta, a cada notícia sobre o seu abandono.
Um governo (ou desgoverno) que comete esta atrocidade com um centro de propagação de saber, com uma instituição pública de ensino, não pode ser respeitado, não pode ser legitimado, não pode ser aceito.
Cabe a nós, professores, alunos, servidores, pesquisadores, profissionais de saúde, ex-alunos, cariocas, fluminenses, brasileiros fazer barulho.
Gritar hoje e sempre. Mostrar a todos nossa indignação. Exigir uma solução.
E não é com silêncio que esta soturna situação irá mudar.

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