"Gostaria muitooo que as pessoas pessassem nele como um ser humano!!! Que tem família!! O que essas pessoas queriam ver?! Ele entubado? Não consigo acreditar quando vejo as imagens!!! Pelo amor de Deus, vocês sabem o que é ver alguém entubado? Dói demais!!!
O cerco de fotógrafos e cinegrafistas ao lado da ambulância, em Goiânia foi mesmo assustador.
Uma médica havia avisado que qualquer tipo de tumulto durante a saída do cantor poderia acarretar riscos para sua saúde, tão debilitada. Mas quem disse que os "profissionais" da imprensa se incomodaram com isso.
Não adiantou a equipe do hospital colocar dois biombos na tentativa de preservar o paciente. Como micos amestrados de um circo eletrônico, cinegrafistas e fotógrafos subiam onde podiam, filmavam por baixo do biombo, se engalfinhavam, e na tentativa do que???? Registrar um ser humano em coma, todo entubado...
Pergunto a vocês, meus parcos leitores, o que acrescenta uma imagem como essa????
E se um deles se desequilibrasse e caísse sobre a maca???
E se Pedro morresse???
Os idiotas da objetividade (obrigado, Nelson Rodrigues) vão dizer que este é o trabalho jornalístico e eu serei obrigado a mandá-los às favas (para não usar um palavreado de baixo calão).
O respeito ao ser humano vem antes de tudo, mas nossa imprensa já se esqueceu disso há muito tempo. News are business e na cabeça doentia de quem deu a ordem de fazer a imagem, custasse o que custasse, tal imagem poderia render pontinhos de audiência, ou uma capa impactante.
Foi o que o jornal carioca O Dia fez ao estampar a foto do técnico Ricardo Gomes em um leito de hospital na primeira página.
Há quem argumente, talvez, que alguém faria a imagem e quem optasse por não fazê-la seria "furado". Pois sejamos furados, senhores, e sempre, quando for em casos assim. A desculpa de "Maria vai com as outras" não é uma decente justificativa.
Realmente parece que nossa mídia, em geral, "perdeu a mão" e o resultado dessa receita, como vocês podem ver, é intragável.
Eu fico enojada também. São tantas coisas que não deviam ser mostradas e ditas. Nossa sorte é ainda haver jornalistas como você, Rafael. Sou sua fã. Mas isso não é novidade, e sei que estou bem acompanhada de muitos.
ResponderExcluirVc é suspeita, Dadi.... Bjo
ResponderExcluirMuito triste! Eu tenho falado dessa cobertura do espetáculo. Não respeitam a dor. É cada um por si para conseguir a melhor imagem. Não sabe nossa câmeras tem teleobjetiva, que não precisa ficar em cima das pessoas, urubuzando os outros. É muito triste. Eu sofro muito com isso. Como câmera, sou empurrado, não sou de ficar competindo pelo "melhor" espaço. Já perdi a grande imagem por conta disso.
ResponderExcluirCasé, já faz tempo isso acontece. O mesmo quando, nas novelas, todos torcem para o assassino não ser preso, acabar com a mocinha, fugir...Vi fatos serem debatidos em programas com sociólogos para tentarem entender essa atitude do ser humano.Isso dá noitícia, novela, aumenda o índice de audiência. O que está acontecendo com o ser humano, essa é a minha interrogação...
ResponderExcluirCOMENTÁRIO DE MINHA AMIGA, JORNALISTA E BLOGUEIRA RENATA AUGUSTA, QUE NÃO CONSEGUIU POSTAR AQUI:
ResponderExcluir"Circo dos horrores. Programas ditos jornalísticos que nada mais são do que programas de fofocas sobre celebridades são como urubus, sempre à espera do pior. Fingem que torcem por um desfecho positivo, mas é patético como fingem mal... Você traçou o quadro com maestria: havia risco de morte para o rapaz e ninguém se sensibilizou. Que editores são esses que determinam uma imagem custe o que custar? Jornalistas é que não são."