segunda-feira, 27 de junho de 2011

Uma mesa para 11 craques

As meninas, pelo menos na sua grande maioria, que me desculpem, mas o post de hoje é mais dedicado aos rapazes que, como eu, são chegados ao bom e velho jogo de botão. Não estes botões hi-tech de hoje em dia, mas os de plástico antigos, que vinham com um adesivo com a cara dos jogadores ou com o escudo dos times.
  
Mais tarde vieram os de vidrilha ou de galalite. Os becões gigantes, os goleiros feitos com caixas de fósforo recheados com chumbo derretido e, dependendo do tamanho da trave, podiam ser maiores ou menores.



Meu primeiro time era o Botafogo de 1968, bicampeão carioca, com feras como Leônidas, Gérson, Roberto, Jairzinho e Paulo César. Muitos deles conheci depois e sempre fiz questão de falar isso pra eles. Daria tudo para ter esse time comigo até hoje.

Não necessariamente precisávamos de uma mesa de botão, bastava uma superfície suficientemente lisa para que os nossos “craques” deslizassem e a bolinha corresse.

Aliás, a bolinha sempre gerou polêmicas. Nos times antigos, a bola era uma pastilhinha plástica, embora a geração de meus pais jogasse mesmo era com bolinha de miolo de pão, queimada no fogo pra ficar durinha. Para o pessoal da minha época havia a bolinha com fios de lã ou o dadinho (o qual sempre preferi).



Outra polêmica girava em torno do fato de podermos colocar o dedinho ou não. Mas, calma!!! Nada a ver com o que os maliciosos estão pensando. Colocar o dedinho significava por o dedo de modo a travar o botão na hora do chute, o que facilitava muito nos chutes por cobertura.
O tempo de jogo poderia variar e o final do mesmo, também. Havia a possibilidade de a partida só terminar na primeira bola fora após o tempo regulamentar ter se esgotado.
Passávamos as férias organizando campeonatos entre os amigos ou sozinhos. Eu, particularmente, tinha uma caixa cheia de botões, que, herdados pelo meu irmão, desapareceram todos. Mantive apenas dois times comigo. O meu preferido (quase todos com um decalque do Botafogo em cima) e um pra jogar contra.
Até por conta da época em que jogava com mais assiduidade, dois botões ganharam nomes e não perderam mais. Um verde e branco, até hoje é Manfrini. E um bege com amarelo é o Mário Sérgio.
Tenho tentado convencer minha turma que vai ao Engenhão a fazer um torneio aberto de inverno, para matarmos as saudades da palheta, afinal, meu time já pode ser de seniors, mas ainda bate um bolão.


* Texto originalmente escrito para minha coluna no site da Rádio Botafogo - http://www.radiobotafogo.com.br/


2 comentários:

  1. Campeonato Senior de Futebol de Botão? Me inclua nessa! Curiosamente eu estava, no último final de semana - ajeitando a minha caixa com 16 times - alguns ainda fabricados pela Estrela nos anos 1970 - e colocando em ordem a minha coleção de Futebol Cards...Grande abraço! Edson Teramatsu

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  2. Salve, Teramatsu. Vamos ver se a gente consegue organizar um torneio mesmo. Abraço.

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