segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A culpa é do morto

O secretário de Transportes Júlio Lopes já descobriu o responsável pela morte de 5 pessoas no acidente com o bonde de Santa Teresa: o motorneiro. E como ele está mortto. O assunto deve morrer também.
Segundo o secretário o condutor tinha ordens de levar o bonde para a oficina e não o fez, pegando passageiros.
Negou veementemente que o governo do Estado tenha culpa no caso e sobre o fato de um pedaço de arame substituir um parafuso no bonde acidentado, afirmou: "temos a nota de compra do parafuso".
Isso é que é eficiência!!!
Admitiu que há superlotação, mas não explicou porque os bondes reformados não podem circular. Aliás, na matéria do JB (ainda existe o JB???) ele disse que "é difícil modernizá-los já que os trilhos foram especificamente para aquela época". Entedeu??? Nem eu....
É só mandar fazer igual ao que funcionava... Ou estou sendo exigente demais?
Se gastaram nosso dinheirinho para a reforma, deviam ter pensado nisso,
O problema, também, é que parte da imprensa não rebate as sandices que os entrevistados falam e ainda estampam manchetes assumindo as versões das autoridades.

É fácil empurrar o problema e dizer que o governo não tem culpa.


Mesmo que tudo que o secretário tenha dito esteja correto, o governo continua a ter culpa sim.
O sistema de bondes não funciona e é obrigação do governo mantê-lo funcionando enquanto ele existe.
Se pagou pela reforma, deveria exigir que os bondes novos circulassem ao invés deles ficarem parados na oficina, provocando superlotação nos que circulavam.
Cabia ao governo fiscalizar a superlotação, colocando fiscais no trajeto ou dentro dos próprios bondes.
Mas é a velha história de só consertar o cadeado depois da casa arrombada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário