O Brasil não é um. São muitos os "Brasis". Na nossa imensa extensão territorial existe uma diversidade cultural imensa que, infelizmente, muitas vezes, acaba sucumbindo à Indústria Cultural que chega a todos nossos rincões levada pela mídia do Sul Maravilha.
É certo que bem longe de quem está de frente para o mar e de costas para o país, esses "Brasis" buscam sobreviver, manter suas identidades... As festas populares, os costumes, a culinária, a música e a literatura são seus cavalos de batalha.
Pois um desses cavaleiros se foi ontem. Ariano Suassuna seguiu a trilha de João Ubaldo Ribeiro, seu companheiro nordestino e silenciou um pouco mais a voz do Brasil Sertão, o Brasil Agreste...
Outros autores nordestinos já haviam descrito a realidade da região e do povo com maestria, mas a obra de Ariano tem uma qualidade que a torna especial; a dura realidade está no pano de fundo, mas a riqueza de seus personagens, o bicho-homem (bicho-mulher, bicho-criança...) nordestino, que ganha brilho e nos mostra o privilégio de sermos a soma de tantos Brasis.
E os nordestinos se identificavam com a obra do mestre Suassuna... Não é á toa que as mais bonitas charges e as capas de jornal mais inspiradas vieram de lá.
Tudo bem que a morte do escritor já era esperada e que houve tempo para pensar numa bela homenagem, mas isso, é claro, não tira o mérito desses profissionais. Confiram.
Brum - Tribuna do Norte (RN)
Clayton - O Povo (CE)
Jarbas - Diário de Pernambuco
Sid - chargeonline.com.br
Justiça seja feita para dois outros jornais com belas capas. Um de Minas, que lá pelo norte também tem seu sertão, e outro de Brasília, onde não faltam nordestinos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário