Acordei, hoje, com uma triste e grave
notícia. Um duro golpe contra a integridade moral da raça humana.
Um trem, deliberadamente, passou sobre
o corpo de um homem, previamente atropelado por outra composição e
que tinha ficado caído sobre uma das linhas, perto da estação de
Madureira.
Não foi preciso assistir ao desumano
ato, cortado (graças a Deus) pelos editores da TV Globo, para me
chocar com o fato, pois só a imagem do fiscal da linha férrea
ordenando que o maquinista seguisse por sobre o falecido já era
suficientemente absurda.
Um exemplo da decrepitude do ser
humano.
Não falo nem de aspectos práticos
como o da determinação policial de que não se mexa num cadáver
até que a perícia seja realizada; falo sobre a ausência total de
sensibilização com aquela situação.
Se um saco de lixo estivesse obstruindo
a linha, talvez os funcionários o tivessem retirado, mas não era.
Se tratava "apenas" de um semelhante.
Sinceramente, não consigo nem
conjecturar o que se passava na cabeça do fiscal e na do maquinista.
Talvez tenham pensado apenas em evitar mais um atraso da sempre
atrasada Supervia, e ponto final.
Mas ficam as perguntas no ar:
Como conseguiram se comportar de forma
tão fria?
Como conseguiram dormir à noite?
Como diria uma amiga: "Convoquem o
meteoro, porque o prazo de validade dos humanos já venceu"
.
"Tá lá o corpo estendido no trilho/ Ao invés de parar, a composição andou/ Ao invés de protesto, a conivência de todos/ E a indiferença servindo de guia..."
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