quinta-feira, 3 de maio de 2012

A hora e a vez da boa TV

No último final de semana foi ao ar na TV Globo o programa Som Brasil Nordeste 70, uma homenagem à safra de cantores e compositores nordestinos que surgiram no cenário da MPB no final da década de 1970, como Geraldo Azevedo, Alceu Valença, Amelinha, Fagner, Ednardo, Elba Ramalho e Belchior.


Apresentado por Camila Pitanga e tendo Geraldo e Elba como anfitriões, o programa apresentou clássicos como Avohai, A palo seco, Taxi lunar, Admirável gado novo, Pavão misterioso e Mucuripe, interpretados por jovens talentos nordestinos.






Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas realmente... o horário em que a atração foi ao ar é criminoso: às 2h15 da madrugada de sábado (28/4).

Não consigo entender este tipo de coisa. Como é que se mobiliza dezenas de profissionais, faz-se um cenário, paga-se altos cachês para os músicos, produz-se um programa de apelo popular e depois se esconde esse mesmo programa em algum buraco negro da grade de programação.

Por sorte tenho um aparelho que grava o que quero ver em um HD, mas quem não tem e queria assistir, provavelmente não viu. A não ser alguns insones, vigias noturnos, plantonistas ou afins.

O Som Brasil não é uma exceção, várias boas produções da emissora acabam tendo um público mínimo devido ao tardio horário de exibição (os episódios de Por toda a minha vida, são um ótimo exemplo). E como a TV aberta não tem por hábito reprisar seus programas, a única chance de assistí-los é em algum canal a cabo ou se o produto for lançado em DVD.




Não tenho nada contra a repetição de programas na grade, de preferência em horários alternativos (alternativos, porém viáveis). Não adiante empurrá-los para as “madrugas”, pois senão só servirão para “encher linguiça”.

Nos seus primórdios, o Observatório da Imprensa, programa no qual trabalho, na TV Brasil, chegou a ter uma reprise no sábado à tarde (e em um determinado período, aos domingos). Depois a maldição da madrugada se abateu sobre nós.

Se em algo mandasse (e este está longe de ser o caso), reduziria o número de produções de minha emissora, faria mais reprises e, com isso, teria condições de investir mais. Com melhores programas, haveria maior audiência e, se fosse o caso de ser uma emissora comercia, geraria mais lucro.

Uma outra saída seria utilizar o potencial da TV Digital e disponibilizar, por exemplo, três canais coma mesma programação, só que com 8 horas de diferença em relação ao outro.

Exemplo: Vamos imaginar que haja 3 Globos: Globo 1, Globo 2 e Globo 3. Na Globo 1 o Som Brasil passaria às 2h15, na Globo 2, às 10h15 e na Globo 3, às 18h15.


Seria muito bom se a TV brasileira primasse não só pela qualidade técnica, mas também pela qualidade de conteúdo, principalmente na TV aberta. Afinal, quem tem TV por assinatura possui um poder de escolha bem maior.




Menos quantidade e mais qualidade; para mim esta é a saída.

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