segunda-feira, 7 de abril de 2014

TÔ FORA DE MODA...

Há pouco tempo, uma postagem de um amigo, o DJ Edinho Cerqueira, me lembrou de algo que há algum tempo vinha querendo escrever, algo sobre a Moda. Já falei disso, aqui, há algum tempo, mas não me canso de me surpreender, tão absurdo, para mim, é o tema.
Na postagem citada, Edinho narra uma festa no Circo Voador e conta sobre a padronização do "modelito" hipster. Confesso que, apesar de já ter ouvido este termo, não ligava o nome à pessoa e tive que apelar a São Google.
Segue um trecho do verbete da Wikipedia:

"Hipster é um termo frequentemente usado para se referir a um grupo de pessoas pertencentes a um contexto social subcultural da classe média urbana. A cultura hipster faz parte da variedade de subculturas que coexiste com a cultura mainstream. No Brasil, a maior concentração de hipsters pertence a região sudeste, principalmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais.
A cultura hipster é marcada pela música independente, saudosismo recorrente, uma variada sensibilidade para a tendência non-mainstream (não comum, não recorrente) e estilos de vida alternativos. Os interesses referentes à mídia por esse grupo incluem filmes independentes, revistas e websites notadamente relacionados à música alternativa."

Depois de ler a definição acima fiquei ainda mais espantado. É que o post de meu amigo citava o quão padronizados estavam os frequentadores da tal festa, logo eles que, em princípio, gostam de um estilo independente, alternativo.

"...parecia uma fábrica de clones: todos com cabelos raspados na lateral e entopetados, mas com uma barba de fazer inveja a qualquer patriarca da igreja ortodoxa...e a profusão do vestuário calça skinny e camiseta de português ou camisa de botões com estampa xadrez...quase um uniforme..."




Tudo bem que tem aquele papo de tribo... Que os iguais se reconhecem, que é uma forma de se sobressair na multidão, de diferir da sociedade estabelecida,.. Mas quando juntamos a ttribo em sua "taba", a microssociedade local se padroniza e, na minha humilde opinião, isso vai de encontro aos interesses de que quer ser "diferente". 
É claro que esse não é um problema dos hipsters, todos grupos são assim, punks, mauricinhos e patricinhas, funkeiros, yupies (isso ainda existe???). Eu, que não pertenço a tribo nenhuma, também acabo me vestindo de acordo com padrões pré-estabelecidos. As lojas vendem o ususal e usamos esse ususal.
O que mais me espanta e até me irrita são as tais "tendências", tanto comportamentais como de vestuário. Vira e mexe, como hoje, os jornais estampam "notícias" sobre o que vai estar, ou não na moda. Vejam o exemplo:


O Globo afirma, a moça acima sabe das coisas... E aí é como se tivéssemos que participar daquela brincadeira de infância: o que o seu mestre mandar, faremos todos...
O que a moça diz, afirma a reportagem, vai servir para a produção das confecçãoes e estará exposto em cada vitrine, das mais caras lojas aos  SAARAS e 25 de Março da vida. 
Haja poder!
O jornal em nenhum momento questiona quais são os critérios da tal pesquisa que a moça fez.
Pra que? Será que isso realmente importa? 
Provavelmente descobririam que  as tendências daqui vão seguir as tendências de matrizes como New York ou Paris e que essas tendências surgiram de "pesquisas" de outras moças como essa, só que falando francês ou inglês, quiçá, italiano.
E o que é mais incrível é que milhões de pessoas passarão a revirar os armários em buscas de peças antigas que voltaram à moda (sim, porque a moda é cíclica... não há criatividade suficiente para tantas mudanças...), ou de roupas que são da mesma cor daquelas escolhidas para ser a tendência da estação. Se não encontrarem, melhor para as lojas, que estarão prontas, com prateleiras abarrotadas para saciar tal desejo e garantir que todos fiquem na moda, por mais padronizada que ela possa parecer...

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