Lá vem o Casé com seus suadosismos, vão pensar vocês. Mas é verdade e posso provar...
A quantidade de lançamentos caiu assustadoramente.
Para provar isso fiz um breve levantamento da discografia de alguns grandes nomes da MPB entre os anos de 1979 e 1989. O período foi propositalmente escolhido por se englobar a abertura política e o fim da Ditadura Militar no país. Só foram levados em consideração discos com músicas inéditas. Alguns deles se tornaram clássicos:
Maria Bethânia: 9 discos
Este é só um pequeno exemplo.
Lembremos, também, que nos anos 1980 estourou o movimento do Rock Brasil, com bandas como Paralamas e Titãs. Não podemos deixar de citar a rapaziada do Nordeste: Moraes Moreira, Geraldo Azevedo, Elba e Zé Ramalho e Alceu Valença. Tinha a turma do Clube da Esquina: Beto Guedes, Lô Borges e 14 Bis. Do sul, vinham Kleiton e Kledir. E o Boca Livre emplacava um sucesso atrás do outro?Todos com muitos discos lançados nessa década.
É claro que há várias razões para esta diminunição drástica de lançamentos, mas a principal delas é a pirataria, seja por venda de CDs genéricos ou pelo compartilhamento de arquivos pela Internet.
O lucro com a vendagem caiu muito e os artistas vivem, hoje, de direitos autorais ou de shows. Quando dá vontade ou quando a gravadora bota pressão, fazem algo novo, ou semi-novo, com muitas regravações.
O certo é que a indústria fonográfica terá que se reinventar. A venda de músicas pela Internet, nos EUA, já superou a venda em lojas. Mesmo assim a tentação da gratuidade ainda é muito grande, principalmente em países com uma população com menor poder aquisitivo.
Alumas gravadoras estão partindo para a estratégia do CD Zero - um cd mais barato com 5 ou 6 músicas que tocam nas rádios. Uma tentativa de chegar perto do preço oferecido por camelôs.
Acho que ainda é pouco. O consumidor que dá preferência às gravações originais poderia ser melhor tratado, com conteúdos exclusivos ou planos de fidelidade, por exemplo.
Algo terá que ser feito, até porque o compartilhamento de arquivos não vai acabar. A prática é antiga. Quantos vinis peguei emprestado (e emprestei) para a confecção de fitas cassetes.
Só que agora, com a Internet este ciclo de amizades cresceu um bocado...
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