Se hoje essa máxima se aplica, imaginem em 1938 quando o teve início a Marcha para o Oeste, ordenada por Getúlio Vargas, durante o Estado Novo.
Assistir ao filme Xingu é mergulhar em outro Brasil. É viajar no tempo, na mesma canoa que levou os irmãos Orlando, Claudio e Leonardo Villas-Bôas rumo ao desconhecido.

Claro que já tinha ouvido falar dos irmãos Villas-Bôas, mas por revistas ou telejornais. Na escola, nunca.
A maior parte do período em que passei em sala de aula, os militares passaram no poder. Heróis, em nosso país, nos foi ensinado, eram aqueles que tinham patente.
Xingu é um filme épico.
O trabalho desses três irmãos, principalmente o de Claudio e Orlando, é equiparável ao do desbravador Rondon. Sua saga é tão memorável quanto a Coluna Prestes. Todos eles, brasileiros que mostraram à população da beira-mar, as entranhas e as origens de nosso país.
Através do filme também descobri que lei que criou o Parque Nacional do Xingu foi sancionada por Jânio Quadros, presidente por mim sempre associado a fatos negativos (talvez pela tal educação "militar" que recebemos).
A reserva serviu para proteger diversas tribos que estavam se dispersando e perdendo sua identidade. E se olharmos para o mapa abaixo ( de 2007), veremos seu papel na preservação do meio-ambiente. Os pontos em vermelho ou laranja são áreas de desmatamento no Mato Grosso. Já a área do Parque Nacional do Xingu permanece preservada. E o tamanho desse território não pode ser desprezado: cerca de 30 mil quilômetros quadrados. No filme, um político reclama de que a área pretendida era maior do que a Bélgica, ao que Claudio Villas-Bôas responde: "A Bélgica é que é pequena demais."

Os próprios Villas-Bôas se questionaram diversas vezes sobre a validade de tudo aquilo que fizeram.
As palmas que ecoaram no cinema em que fui, logo após a exibição, foram mais do que merecidas.
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