quinta-feira, 30 de julho de 2015

HUMANIDADE, LADEIRA ABAIXO...

Acordei, hoje, com uma triste e grave notícia. Um duro golpe contra a integridade moral da raça humana.
Um trem, deliberadamente, passou sobre o corpo de um homem, previamente atropelado por outra composição e que tinha ficado caído sobre uma das linhas, perto da estação de Madureira.
Não foi preciso assistir ao desumano ato, cortado (graças a Deus) pelos editores da TV Globo, para me chocar com o fato, pois só a imagem do fiscal da linha férrea ordenando que o maquinista seguisse por sobre o falecido já era suficientemente absurda.
Um exemplo da decrepitude do ser humano.


Não falo nem de aspectos práticos como o da determinação policial de que não se mexa num cadáver até que a perícia seja realizada; falo sobre a ausência total de sensibilização com aquela situação.
Se um saco de lixo estivesse obstruindo a linha, talvez os funcionários o tivessem retirado, mas não era. Se tratava "apenas" de um semelhante.
Sinceramente, não consigo nem conjecturar o que se passava na cabeça do fiscal e na do maquinista. Talvez tenham pensado apenas em evitar mais um atraso da sempre atrasada Supervia, e ponto final.
Mas ficam as perguntas no ar:
Como conseguiram se comportar de forma tão fria?
Como conseguiram dormir à noite?

Como diria uma amiga: "Convoquem o meteoro, porque o prazo de validade dos humanos já venceu"

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Um comentário:

  1. "Tá lá o corpo estendido no trilho/ Ao invés de parar, a composição andou/ Ao invés de protesto, a conivência de todos/ E a indiferença servindo de guia..."

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