quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Só pensam naquilo...

Já falei aqui que tô ficando velho... E cada vez mais crítico.
Pergunto a vocês, o que há de comum entre as cantoras Lady Gaga, Beyoncé, Fergie e Britney Spears além de serem estrelas da música pop americana e de estarem milionárias?
Todas se apresentam com um fortíssimo apelo sexual em seus clipes e shows.
No clipe da música Alejandro, Lady Gaga simula cenas de sexo com diversos caras. Madonna deve ter ficado rubra.... (ou morta de inveja).

http://www.youtube.com/watch?v=niqrrmev4mA&ob=av2e

Você pode pensar: o que que tem? Elas são bonitas, jovens e desejadas. Por que não?
Na verdade, eu acho que a pergunta é por que sim?
Pego o exemplo de Beyoncé. Ela tem uma bela voz e até interpreta. Já vi alguns filmes com ela e a moça se sai bastante bem.
Então por que essa necessidade do apelo sexual? Provavelmente porque as outras fazem isso e a concorrência é grande.

Minha filha é adolescente. Gosta das máusicas dessas cantoras. As letras, na maioria das vezes, são uma porcaria, mas são dançáveis e tocam em profusão, o que as faz virar um chiclete de ouvido. Eu mesmo já conheço algumas de tanto ouvir a MIX FM quando ela está no carro. Mas isso não é um defeito de hoje em dia; música pop e letras profundas nunca gostaram de ser sinônimos e, mesmo assim, o sucesso sempre foi grande.
O que me incomoda é essa erotização crescente que acaba influenciando o estilo, e o que é pior, o comportamento de muitas garotas e garotos.
Tudo bem, eu sou de outra geração. Ver o anúncio de uma mulher de lingerie já era deveras excitante. Falsificar carteirinha para ver filme pornô era uma façanha. Se não rolasse, o jeito era fazer uma vaquinha e conseguir alguém para comprar uma revista masculina.
Hoje em dia, mulher nua é mato. Na TV, na Internet, nas bancas. Exitem até as peladonas profissionais. E uma enormidade de garotas que sonham ser como elas para, quem sabe, sair do anonimato. Muita bunda e pouca vergonha são fatores de uma conta que pode ter muitos zeros. É a indústria do sexo.
E essa molecada adolescente, com os hormônios em ebulição está exposta a tudo isso. É tanta informação que fico em dúvida se eles, apesar de se gabarem (como todos nós nos gabamos um dia), sabem realmente o que fazer com tanta fartura.
Há, pelo menos me parece, uma ilusão de amadurecimento cada vez mais precoce. O enorme número de adolescentes grávidas é uma prova disso.
Todo este texto pode até parecer paranóia de pai, mas acho que vale a pena refletir.
Não sou "apocalíptico" e nem acho que isso vá mudar. As novas gerações vão estar cada vez mais acostumadas com essa superexposição sexual e os tabus da minha geração serão vistos como coisa do tempo das cavernas.
Acho, apenas, que enquanto isso não acontece, o diálogo se faz fundamental. Fazer um filho pensar é nossa tarefa. E pensando com a cabeça e não com outras partes do corpo, tudo, com certeza, será mais tranquilo.

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