sexta-feira, 1 de maio de 2015

SIMPLIFICAR NÃO É RESOLVER

Bom ver a garotada soltando a voz pra lembrar que as soluções simplistas nunca são as melhores. Podem ser as mais rápidas e de grande apelo, mas nunca serão as mais eficientes. Varrer a sujeira para debaixo do tapete não faz com que ela desapareça ou com que a situação melhore. Se a gente quer uma sociedade sem adolescentes infratores, sejamos uma sociedade de verdade, que ofereça educação e oportunidades à parcela mais carente de nosso povo. 









Menos discursos, mais ação. Menos bravatas, mais cobranças. Mudar este quadro com certeza exige muito trabalho e se isso acontecer, muitos anos até que possamos ser chamados de uma sociedade minimamente igualitária. Temos que parar de jogar gerações e mais gerações no lixo. Crianças que estão por aí, espalhadas nos grandes centros do nosso país, longe de uma escola, perto demais das drogas. Daí pra criminalidade é um pulo. Precisamos mudar a lógica de raciocínio: prevenir para não ter que remediar.




Mais amor, mais escolas. Mais escolas, menos prisões. É tão simples que soa absurdo não realizar. Escolas em turno integral, alimentação, cultura, lazer. Mais à frente cursos profissionalizantes, ensino de qualidade para seguir em busca de uma profissão, de uma vida produtiva. É tão complicado assim, ou é preciso que eu desenhe?
Sem isso, continuaremos enxugando gelo e numa degradação social cada vez maior. Daqui a pouco prender só os que tem 16 anos não será suficiente, precisaremos diminuir ainda mais. Mas quem liga? Serão apenas mais algumas baixas de uma classe social que, para muitos, de nada serve, a não ser para mão de obra barata. É a escravidão modelo século XXI.
Não acontece só aqui, é claro, mas nesse quesito estamos entre os mais bem colocados nesse sórdido ranking mundial.
Se a nova geração vai para as ruas, protesta e mostra com faixas e cartazes o que estamos cansados de saber e ainda assim nada fazemos, há uma esperança. A esperança de que uma geração mais humana vem aí, com uma visão menos sectária e voltada para o próprio umbigo como a da que hoje ocupa os cargos decisórios do país.
Enquanto escrevo, me vem à cabeça a velha música Coração Civil, de Milton Nascimento: "Os meninos e o povo no poder, eu quero ver." 

Um viva para eles!


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