sexta-feira, 1 de maio de 2015

VIGARICES

Adoro esportes. Vejo de tudo, de golfe a futebol, de curling a tênis.
Sempre adorei os jogos da NBA, o espetáculo, a técnica, tudo sempre me fascinou. Sempre que viajo aos EUA tento encaixar ao menos um jogo no roteiro.
Desde o começo simpatizei com o San Antonio Spurs, um time do Texas que, na época em que comecei a acompanhar os jogos, estava longe de ser um dos favoritos. Assisti, certa vez uma entrevista de um um ex-treinador chamado John Lucas. Ele contava que tinha tido problemas com álcool e drogas quando era jogador e que tinha conseguido se livrar do vício. Ele passara a fazer programas de prevenção junto a jovens. Simpatizei com ele e, consequentemente, com o time. Pra melhorar, a camisa era preta e branca e tinha uma estrela na espora que dá nome ao time.
Lucas se foi e com a vinda de Greg Popovich, o time subiu de patamar. E com o surgimento de Tim Duncan, passou a ser presença certa nos playoffs. Foram cinco títulos de lá pra cá e comemorei todos.



Mas este ano dois jogos a que assisti me deixaram muito irritado. O primeiro no dia 11 de abril. Na briga contra um adversário direto pelas colocações na Conferência Oeste, o San Antonio Spurs jogou sujo contra o Houston Rockets. Sabendo que havia um jogador adversário com baixo aproveitamento nos lances livres, a cada posse de bola do Houston, jogadores do Spurs faziam falta em Josh Smith. Para vocês terem uma ideia, ele foi à linha de arremessos 26 vezes. 



O Spurs venceu e, quando entrevistado sobre aquela tática, Popovich disse que achava feio, mas que estava dentro da regra. Falou que a torcida podia não gostar, mas o resultado tinha valido a pena.
Pois bem, ontem, dia 30, Spurs e Los Angeles Clippers jogavam a partida seis da série. Se o time de San Antonio vencesse, eliminaria o rival. E o que o time fez, a partir de determinado ponto da partida? A mesma t´tica aplicada sobre o Houston. Dessa vez a vítima foi DeAndre Jordan, que sofreu 14 faltas e só conseguiu converter 18 dos 28 pontos possíveis.





Só sei disso porque fui ler sobre o jogo na Internet. Pois, ontem, parei de assistir a transmissão do alvinegro Roby Porto no meio.
Dos males o menor. O Spurs perdeu por 102 a 96 e vai haver um jogo 7 na casa do Clippers. 





Quem sabe, se perder a série, Popovich repense seus conceitos de que os fins (mesmo que antiesportivos) justifiquem os meios.




A graça do esporte está na imprevisibilidade, na possibilidade do mais fraco derrotar o mais forte, no sucesso daqueles mais talentosos ou mais dedicados. Táticas assim são, ao meu ver deploráveis e, é claro, não são um "privilégio" do basquete.
Quer coisa mais sem graça do que um arremessador de beisebol que arremessa quatro bolas longe da área de alcance do rebatedor, para lhe dar um "walk" e evitar uma rebatida mais longa ou um "home run"? é antijogo. Coimo é antijogo um time de futebol que entra disposto a travar um jogo com faltas ou determinado a tirar um craque de campo.
Esporte assim, perde toda a graça.

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