Ping Pong traz lembranças da infância para muita gente.Se não fôr
por aquelas partidas na hora do recreio ou no playground de algum
amigo, tavez pelo chiclete.
Mas a bola que vai dar o ritmo desses pitacos de hoje não tem a ver
com aquela da goma de mascar, mas sim aquela outra, bem miúda,
branquinha, que vai de um lado para outro, mais rapidamente ou mais
devagar, dependendo de quem está em cada lado da mesa.
Joguei muito ping pong quando era moleque. No colégio, a regra era
clara: 6x0 ou 7x1 (gol da Alemanha) eliminava e o cara ia pro fim da
fila. A classificação dos "atletas" era simples e tinha
apenas duas categorias, a dos que sabiam e a dos que não sabiam
cortar. Na época quem tinha uma raquete Buterfly tirava onda.
Nunca fui dos melhores. Meu saque até tem um certo "efeito"
e consigo pegar algumas "casquinhas", nada mais do que
isso.
Nos Jogos Olímpicos fui assistir a um dia de competições no
Riocentro. Não por qualquer sentimento nostágico, mas pelo preço
mais em conta e pela disputa acontecer num final de semana. E foi bem
legal, pelo menos nos primeiros 30 minutos... Os caras, a maioria
orientais, jogam muito. Em alguns momentos os jogadores ficavam a
mais de três metros da mesa rebatendo cortadas praticamente
indefensáveis e me lembraram um antigo vídeo de Bruce Lee no qual
ele usava o tchaco como raquete e não deixava passar uma bolinha
sequer.
Vejam no link.
Mas, para quem não é um apaixonado pelo tênis de mesa (prefiro o
de quadra), uma manhã bastou.
Por conta de estar preparando um Caminhos da Reportagem sobre a
Paralimpíada para a TV Brasil (única emissora aberta a transmitir
competições) não estou podendo acompanhar os Jogos Paralímpicos.
Quer dizer, estou acompanhando como nunca, mas não de perto. E as
imagens que me chegam são impressionantes.
Chego a concordar com aqueles que os chamam de super humanos.
Mas nenhuma delas, pelo menos até agora, me espantou tanto quanto a
do mesatenista egípcio Ibrahim Hamadtou. O cara perdeu os dois
braços num acidente na infância e decidiu fazer o improvável. Ele
segura a raquete com a boca, levanta a bola para sacar com o pé e
ainda consegue fazer pontos numa competição de nível mundial.


Confiram no link:
Aqui no Rio, ele jogou duas partidas. No dia 8 contra o britânico
David Wetherill e no dia 9, contra o alemão Rau Thomas. Nas duas
perdeu por 3 sets a zero, mas conseguiu marcar, ao todo, 31 pontos.
Pode até ter perdido, mas não foi derrotado.
Ganhou do destino.
É como ele mesmo disse depois da primeira partida: "Joguei
contra um campeão, como um campeão. Estou muito feliz de estar
aqui."
Nada mais a acrescentar.
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