A carga era pesada. Barraca, fogareiro, panela...
A grana era curta e a ideia era acampar onde desse e fazer a própria comida.
Foram muitos perrengues, histórias que viraram folclore pessoal. Como a da bolsa com cheques de viagem e máquina fotográfica que ficou me esperando, durante horas, no meio-fio de uma estrada, até que eu voltasse para resgatá-la.
A viagem foi mais curta do que imaginávamos.
A intenção era chegar até Belém, mas a grana acabou em Natal. Mesmo assim foi uma jornada inesquecível. Foi ali que descobri realidades que desconhecia. Vi como era o meu país por dentro. Conheci muita gente; cresci.
Hoje é minha filha que bota a perna no mundo. Um mês fora.
A distância é maior, do outro lado do mar.
Outra cultura, mas os mesmos desafios. Se virar, descobrir, desvendar, fazer seus caminhos.
Clara sempre foi uma grande companheira de viagem e conforme crescia foi participando cada vez mais dos planejamentos, das garimpagens dos locais aonde íamos.
De acompanhante, passou a navegadora e nas últimas já tirava onda de guia. Portanto, tenho certeza de que está pronta para o que der e vier.
A saudade vai ser amenizada pela tecnologia. Whatsapp, Facebook, Skype...
No meus tempos era só orelhão mesmo. E ás vezes nem falava para economizar na conta telefônica. Quando a gravação mandava dizer o nome e a cidade de onde estava falando. Dizia que estava tudo bem, onde estava e desligava.
Para minha mãe, o jeito era rezar para que tudo corresse bem e relaxar.
É o que farei nesse mês.
Nenhum comentário:
Postar um comentário