quarta-feira, 25 de maio de 2016

INCOMPETÊNCIA

Confesso!
Sou um professor incompetente!
Vinte anos após ter começado a lecionar na Universidade do Estado do Rio de Janeiro chego a esta conclusão.
Não consegui fazer o que toda nossa categoria conseguiu, de acordo com ícones da pós-modernidade democrática brasileira como Alexandre Frota, Janaína Paschoal e o representativo movimento “escola sem partido”: doutrinar alunos para o comunismo e contra a família, a tradição e a propriedade.
Por mais que expusesse minhas ideias em sala de aula, não consegui fazer uma lavagem cerebral em meus alunos. Não, eu não consegui doutriná-los, sr. Frota!




Nenhum deles... Nenhum sequer, em duas décadas de magistério, entrou em sala de aula cantarolando a Internacional. Nenhum recitou O Capital ou queimou um crucifixo em sala de aula.
Não consegui transformá-los em seres teleguiados a serviço da esquerda ou de ideias revolucionárias.
Também não fui capaz de perseguir ou reprovar alunos que não concordavam com meus argumentos.
E o que é pior...
Tem sempre um pior, não é.
Acabo de vasculhar as listas dos mais procurados do FBI, da Interpol, da Polícia Federal e da Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro e não encontrei o nome de nenhum aluno que passou por mim.
Não, preclara causídica Janaína Paschoal, não fui capaz de formar aqueles guerrilheiros que saem todos os semestres das universidades brasileiras. Aqueles que você, quase em lágrimas (ou quase em êxtase) denunciou em frenesi, em meio às argumentações pró-Impeachment.




Sou muito incompetente!
Matematicamente, pelo número de alunos que já assistiram às minhas aulas, deveria haver, no mínimo uns dois ou três elementos de altíssima periculosidade social; quiçá um terrorista internacional.
Mas não consegui.
E, agora, não mais conseguirei tal feito.
Novas leis vêm aí. Já estão sendo aprovadas em alguns estados.
Professores não poderão mais emitir opiniões dentro de sala de aula. Terão que se ater a colocar a matéria no quadro negro (ou branco, atualmente).
Perguntas feitas por alunos não poderão ser respondidas de imediato. Antes, será preciso consultar o departamento jurídico da universidade para descobrir se a reposta irá, ou não, ferir a lei; se o professor poderá, ou não, ser punido.
Escola é lugar para aprender e não para pensar, defendem os paladinos da nova educação.
Pensar deve ser, mesmo, muito perigoso...

Nenhum comentário:

Postar um comentário