quinta-feira, 11 de abril de 2019

FALÁCIAS E FALÊNCIAS


Mais importante que fazer, é falar.

Essa máxima useira e vezeira da classe política anda mais forte do que nunca. Vivemos um tempo de muito palavrório e poucas ações concretas. 



Parece que vivemos em meio a um rodízio sem fim de declarações estúpidas. Um caso grave de incontinência verbal.



A TERRA É PLANA.

O CRACK FOI INTRODUZIDO NO PAÍS PELOS COMUNISTAS.

BRASILEIROS NÃO PASSAM FOME PORQUE TEM MANGAS NAS CIDADES.

A UNIVERSIDADE NÃO É PARA TODOS.

LIQUIDIFICADOR É TÃO PERIGOSO QUANTO UMA ARMA EM CASA.

AS UNIVERSIDADES SÃO UM ANTRO ONDE SÓ HÁ SURUBAS E CONSUMO DE DROGAS.

AS ENCHENTES DO RIO DE JANEIRO SÃO CULPA DO AQUECIMENTO GLOBAL.



Não importa o quão sem nexo sejam as declarações, o importante é manter a pose e fingir que acredita piamente no que se está dizendo. Afinal, haverá sempre uma parcela da população pronta a crer no que é dito, sem qualquer questionamento e sem qualquer pudor. 



Como diria Joseph Goebels, ministro da Propaganda do Nazismo (e um homem de esquerda, segundo o Presidente), “uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. E é nisso que se fiam aqueles que falam mais do que fazem.

Além disso, o que é uma frase absurda se, amanhã, haverá outra que fará a anterior sucumbir no esquecimento coletivo? A enxurrada de informações que nos chega todos os dias é a avalista desses parlapatões.

E se alguém se dispõe a cobrar algo ou é intimidado, como o jornalista Carlos de Lannoy, que recebeu ameaças de morte através de mensagens na internet, por ter feito a reportagem sobre o fuzilamento de uma família por militares do exército num subúrbio do Rio, ou é ignorado por autoridades, como o prefeito Marcelo Crivella que, questionado sobre falhas da Prefeitura em ações preventivas contra alagamentos e deslizamentos de encostas, saiu-se com a seguinte pérola: “O que passou não importa bulhufas, o importante é que estou aqui agora”.  
Por que seria importante, afinal "só" morreram 10 pessoas...


E enquanto muito se fala e nada se faz, o estado brasileiro segue rumo à falência das instituições políticas. Cresce a descrença popular e diminui a esperança de que as coisas possam mudar. A saída deveria estar nas urnas, porém o mais incrível é que os autores das frases acima foram justamente escolhidos por prometerem ser uma antítese da “velha política”. A promessa era de que não haveria mais o “toma lá, dá cá” na composição dos ministérios e secretarias. Que essas funções-chave seriam ocupadas por especialistas. Pessoas capazes de melhorar o Brasil.

Como se vê, tudo não passou apenas de uma falácia a mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário