MINEIRICES


Tem a terra da gente, aquela onde se nasce e se aprende a amar. E tem aquelas terras que inexplicavelmente te falam ao coração. Às vezes cidades, às vezes estados, geográficos e de espírito.
Minas Gerais há muito virou paixão.
Não falo de tempos mais remotos quando ia a uma fazenda em Barbacena, ainda bem pequeno. São poucas as lembranças daquela época, como a dos imensos roseirais da cidade.
Nem tampouco das idas a São Lourenço já um pouco mais velho...
Descobri Minas, mesmo, na época da universidade.

Durante um bom tempo, por questões amorosas, frequentei BH. E me afeiçoei pela cidade, por seu pôr do sol no alto das Mangabeiras, por sua noite nos botecos do bairro São Pedro, por sua gente...
Sempre que posso, volto.


Depois veio o interior, as cidades históricas... Quantas lembranças boas Ouro Preto me traz.
Ladeira acima, ladeira abaixo.
Passeio de trem, igrejas centenárias, paisagens das janelas, gosto de jaboticaba.


Aliás (que minha irmã, que é nutricionista, não me ouça), para mim não existe comida mais saborosa do que a mineira. Uma linguicinha frita, um tutu com lombinho, um frango com quiabo, umas iscas de fígado com jiló, um pastel de angu.
E muita, muita pinga pra acompanhar. Pinga daquelas danadas que faz “inté homi pensá em casório”. Não é mesmo, “cumpadi” Marcelo?
Sem falar nos doces e queijos...
Mas Minas é muito mais.



É mar de montanhas vistos do alto do Parque de Ibitipoca. Uma imensidão a perder de vista.


É o trabalho de Aleijadinho, traduzindo e transformando a arte que vinha da Europa.


São os poemas de Drummond, as crônicas de Fernando Sabino, meu mineiro favorito com seu Encontro Marcado ou com as peripécias de Geraldo Viramundo.


É a música do pessoal do Clube da Esquina.
Muito da minha descoberta do espírito mineiro passa pela velha vitrola.
Milton, Lô Boges, Beto Guedes, Flávio Venturini e 14 Bis...
Na parede do meu quarto tinha posteres das capas do Clube da Esquina nº2 e do disco Sentinela, do Milton.



Dias atrás fui assistir a um show de Lô Borges e Samuel Rosa. Mineiros de gerações bem diferentes e, mesmo assim, com muitas semelhanças.
A mineirice é a fonte dos dois.


Uma mistura deliciosa que ia de Feira Moderna a Resposta. De Amores Imperfeitos a Um Girassol da Cor do Seu Cabelo.

Vejam alguns clipes da dupla:

E foi essa viagem no tempo que me deu a ideia de escrever esta postagem saudosa, Afinal faz já um tempo que não dou as caras por aquelas bandas.


Mas, como se diz em bom mineirês:
Xapralá. Daqui um “cadim” tô em Migerais dinovo.

Comentários

  1. Pois é, cumpadi. Uma garrafa de pinga em Mariana durante o almoço é só para os fortes mesmo !!! Deu no que deu!! Que bom!!!
    Também adoro Minas.

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  2. Tambem faco parte destas estorias de BH.

    Abracos, irmao.

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